ATA DA VIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 20-12-2007.

 


Aos vinte dias do mês de dezembro do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga, Mauro Zacher, Newton Braga Rosa, Professor Garcia e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Elói Guimarães, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Após, por solicitação do Vereador Ervino Besson, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à Senhora Lilia Souto Polese, falecida no dia dezenove de dezembro do corrente. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, a Senhora Presidenta registrou a presença, neste Plenário, da Senhora Mônica Leal, Secretária Estadual da Cultura. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento verbal, formulado pela Vereadora Maria Celeste, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Na oportunidade, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca da ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Também, os Vereadores Mario Fraga e Guilherme Barbosa manifestaram-se quanto à discussão do Projeto de Resolução nº 086/07. Em Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução nº 086/07, discutido pelos Vereadores Sofia Cavedon, Claudio Sebenelo, João Antonio Dib, Maria Celeste, Luiz Braz, Carlos Comassetto e Sebastião Melo. A seguir, foram apregoadas as Subemendas nos 01 e 02, de autoria do Vereador Adeli Sell, Líder da Bancada do PT, à Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/07 (Processo nº 4417/07); e a Emenda nº 06, de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, Líder da Bancada do PPS, e dos Vereadores Adeli Sell, Líder da Bancada do PT, e Carlos Comassetto, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/07. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Adeli Sell, deferido pela Senhora Presidenta, solicitando a retirada de tramitação da Subemenda nº 01 à Mensagem Retificativa aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/07. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/07, por vinte e oito votos SIM, com ressalva da Mensagem Retificativa, Emendas e Subemenda apostas, por vinte e oito votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, Newton Braga Rosa, Bernardino Vendruscolo, Clênia Maranhão, Carlos Comassetto, Sebastião Melo e Luiz Braz, em votação nominal solicitada pela Vereadora Neuza Canabarro, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Luiza, Mario Fraga, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Durante a apreciação do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/07, a Vereadora Margarete Moraes e os Vereadores João Antonio Dib, Haroldo de Souza e Mario Fraga cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Adeli Sell, Newton Braga Rosa, Bernardino Vendruscolo e Sebastião Melo. Na ocasião, a Vereadora Maristela Maffei manifestou-se, solicitando doadores de sangue para o Senhor Pietro Albuquerque, filho do Deputado Federal Beto Albuquerque. A seguir, foi aprovado Requerimento verbal formulado pela Vereadora Clênia Maranhão, solicitando votação conjunta da Mensagem Retificativa, da Subemenda nº 02 à Mensagem Retificativa e das Emendas nos 01, 03, 04, 05 e 06, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/07. Em prosseguimento, foram votadas conjuntamente e aprovadas a Mensagem Retificativa, a Subemenda nº 02 à Mensagem Retificativa e as Emendas nos 01, 03, 04, 05 e 06, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/07. Em Discussão Geral e Votação, foi rejeitado o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 018/06, por vinte e sete votos NÃO, em votação nominal solicitada pela Vereadora Neuza Canabarro, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Ainda, em face de Questão de Ordem e manifestação dos Vereadores João Antonio Dib e Bernardino Vendruscolo, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca da ordem de votação dos Substitutivos apostos ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 018/06. Foi aprovado o Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 018/06, com ressalva das Emendas apostas, por vinte e sete votos SIM, considerando-se prejudicado o Projeto original, em votação nominal solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Substitutivo nº 02 do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 018/06. Foi rejeitada a Emenda nº 02, aposta ao Substitutivo nº 02 do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 018/06, por um voto SIM e vinte e seis votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, tendo votado Sim o Vereador Elias Vidal e Não os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Mauro Zacher, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Na oportunidade, o Vereador Elias Vidal manifestou-se, declarando os motivos de seu voto favorável à Emenda nº 02, aposta ao Substitutivo nº 02 do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 018/06, tendo a Senhora Presidenta determinado o encaminhamento por escrito da Declaração de Voto apresentada por Sua Excelência. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/07, por vinte e quatro votos SIM, em votação nominal solicitada pela Vereadora Maria Celeste, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador Adeli Sell, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 152/07 (Processo nº 4782/07). Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 152/07, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell, João Carlos Nedel e Claudio Sebenelo e pela Vereadora Maria Luiza, teve sua discussão suspensa, em face da inexistência de quórum. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 152/07, o Vereador Newton Braga Rosa cedeu seu tempo de discussão ao Vereador João Carlos Nedel. Também, foi apregoada Declaração de Voto de autoria do Vereador Elias Vidal, aposta à Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 02 do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 018/06. Às doze horas e quinze minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de hoje, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Neuza Canabarro e pelo Vereador João Carlos Nedel e secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será assinada pela maioria de seus integrantes.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Ervino Besson está com a palavra  para um Requerimento.

 

O SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Minha cara Presidenta, eu gostaria que V. Exª solicitasse ao Plenário um minuto de silêncio pelo falecimento da Dona Lilia Souto Polese, o enterro será hoje, às 13h30min. Pela história da família Polese - um dos pioneiros fundadores da rede de supermercados. É uma família que tem uma história muito bonita, muito positiva; então, nada mais justo que nós prestemos essa homenagem à Dona Lilia, que é esposa do Clóvis João Polese.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Deferimos o seu Requerimento.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Gostaria de saudar a presença da nossa Secretária da Cultura, ex-Vereadora desta Casa, colega nossa, Secretária Mônica Leal. Bem-vinda a esta Casa.

Em votação a priorização da seguinte ordem: discussão geral do PR nº 086/07;discussão geral e votação do PLCE nº 006/07; PLCL nº 018/06; PLCL nº 012/07; PLL nº 152/07; PLCL nº 005/07; PR nº 026/07; PLL nº 022/07;votação do PLE nº 057/06; discussão geral e votação do PLE nº 033/06; PLL nº 082/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Estamos na 1ª Sessão de discussão geral, foram distribuídas aos Srs. Vereadores e Vereadoras as propostas de alteração do Regimento; há uma tabela comparativa, peço aos Srs. Vereadores que a utilizem; para informação, também, dos Vereadores, a nossa Diretoria Legislativa grifou os itens que têm propostas de alterações, de fato, contundentes. As demais são alterações apenas de redação da técnica legislativa. Portanto, peço a atenção dos Vereadores para as alterações do Regimento que estão grifadas nessa tabela comparativa.

 

DISCUSSÃO GERAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 9171/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 086/07, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 – Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre -, e alterações posteriores. Com Emendas nºs 01 a 19.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs 01 a 19.

 

Observações:

- discussão geral nos termos do art. 126, § 1º , do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 20-12-07.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PR nº 086/07.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO (Questão de Ordem): É uma consulta,  estamos reiniciando no Projeto que paramos ontem, o dos tributos?

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Não, Vereador, nós estamos na discussão geral da questão do Regimento; o segundo Projeto é o dos tributos.

Ontem paramos na discussão do Projeto e não na votação; se tivéssemos parado durante a votação, obrigatoriamente, seria o primeiro.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sobre esse Projeto  da mudança, se houve uma Comissão fazendo as mudanças, se os que participaram da Comissão pudessem mostrar alguns tópicos das mudanças principais...

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Exatamente, nós abrimos para a discussão, e espero que os Vereadores que participaram da Comissão sejam os primeiros a se manifestarem.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Na direção da solicitação do Ver. Mario Fraga, mas em face do pique de trabalho que tivemos ontem, se fosse possível pararmos uns minutos para selecionarmos alguns itens, porque  é extenso, e muitas das modificações são apenas de redação, para que nós pudéssemos – eu, o Ver. Dib, Ver. Sebastião, Ver. Garcia – fazer a seleção de alguns itens para o debate na tribuna.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Perfeitamente, é possível, só alerto que teremos três Sessões de discussão: esta primeira, pela manhã; à tarde, seguiremos na discussão, e, na próxima semana, na  quarta-feira, é que votaremos as transformações.

Há necessidade de pararmos o Plenário?

Acho que poderíamos utilizar o tempo, Ver. Guilherme, aproveitando para iniciarmos as discussões, enquanto a Comissão reúne...

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Exatamente, como a discussão volta à tarde, proponho, inclusive, me preparar com alguns itens para chamar o debate aqui no plenário.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Ver. Guilherme, pela compreensão.

Em discussão o PR nº 086/07. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PR nº 086/07.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu quero fazer um registro. Não é à toa que nós estamos diante de um conjunto de alterações no Regimento da Casa. Esse registro, Verª Maria Celeste, é para a sua presidência, pelo orgulho que eu tenho do trabalho que V. Exª desenvolveu neste ano, um trabalho que cuidou tanto do diálogo da Câmara com a Cidade, a sensibilidade, a abertura plena para todo o movimento social e para todo o debate que a Cidade queria, intervir e ser ouvida; e, ao mesmo tempo, uma preocupação, uma aplicação em aprimorar o nosso processo legislativo interno. É fundamental fazer este registro, porque o olhar de um presidente, de uma presidenta tem que ser exatamente nesses dois sentidos. Enxergo avanços importantes, como o que já fizemos em relação aos nomes de rua, como PIs e PPs que não serão mais apregoados, como o importante enxugamento e valorização das premiações que vão ocorrer a partir do ano que vem e em mudanças que nós já fizemos.

Eu tenho uma pequena, digamos assim, uma pequena mágoa – não dá para dizer que é mágoa – uma falta que, na verdade, foi uma falta nossa mesmo, do mandato, porque nós abrimos o ano propondo que esta Casa pensasse numa Sessão Legislativa, numa das três, que fosse noturna, e fizemos essa proposta, é o Projeto que está na Ordem do Dia; acabamos não nos dando conta de que a Mesa queria juntar todas, não propusemos que colocasse no conjunto das alterações do Regimento. Mas eu quero deixar um desafio para o novo Presidente, o Ver. Sebastião Melo, e para nós, Vereadores: eu acho que nós tínhamos que dar mais esse passo, entendo que uma das sessões ser à noite, começar à tardinha, 5h30min, 6h, permitiria à população participar mais ativa e diretamente dos debates e das decisões desta Cidade. Eu não desisti desse tema, não está nesse conjunto de propostas por desatenção administrativa nossa, mas está na Ordem do Dia. Eu queria fazer esta provocação: se nós não conseguirmos amadurecer e votar até a semana que vem, para o ano que vem termos, quem sabe segunda-feira à noite, um momento de trabalho, de votações, para que a Cidade possa assistir diretamente depois do seu horário de trabalho, para que a Cidade possa acompanhar o trabalho desta Casa.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Vereadora Sofia Cavedon, eu quero me somar; subscrevo com V. Exª uma Emenda para que nós possamos fazer, quem sabe lá, uma Sessão por mês à noite.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Bem, é uma mediação importante. Eu acho que nós ganharíamos, Ver. Bernardino Vendruscolo. Trabalhar com a excepcionalidade é ruim para o cidadão, que não consegue se organizar. Eu acho que se a Cidade se apropriasse, hoje inclusive é uma questão de nos perguntarmos, muita gente não sabe os dias das nossas Sessões. Quando eu explico que estou na Câmara, em Sessão, na segunda, na quarta, eles confundem com a Assembléia; não sabem exatamente o momento em que nós votamos os Projetos. Então, criar eventualidades não ajuda, pois teríamos que estar divulgando: “Esta segunda, este mês, em determinado horário”. Eu penso que nós deveríamos criar uma rotina da qual  a Cidade se apropriasse e pudesse saber: “Toda segunda à noite, tem Sessão na Câmara, tem Projeto, e eu vou lá acompanhar. Eu vou lá dar a minha opinião, vou ouvir como o meu Vereador se posiciona, quais são suas idéias políticas, qual sua posição diante de leis importantes”. Essa é a reflexão que faço aos Vereadores. Provoco: será que não temos tempo de amadurecer e, quem sabe, dar esse presente ao nosso novo Presidente e à Cidade de Porto Alegre? A gente pode estar mais perto da população nas decisões que a ela, e só a ela, importam sobremaneira.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PR nº 086/07.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta e Srs. Vereadores, a Verª Sofia Cavedon apresenta uma proposta de uma Sessão à noite durante a semana, para que as pessoas possam ver, ao vivo, a Sessão aqui da Câmara e se inteirar do que fazemos, só que, quando o trabalhador chega, à noite, em casa, ele tem a chance de ver as Sessões repetidas pelo Canal 16, só que o Canal 16 também é elitista, porque ele está fora dos canais habituais de televisão e passa a integrar aqueles canais excepcionais. A questão fica muito clara, e ontem vi muito isto aqui na discussão: todas as pessoas do plenário repetiram exatamente a mesma coisa, com pequenas diferenças, em dois pareceres, ocupando, talvez, quase toda a tarde com essa questão, e, quando chegou a hora de debater, por exemplo, o ISSQN, somente quatro pessoas debateram, e é mil vezes mais importante do que aqueles dois pareceres, em que houve uma repetição exaustiva.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebenelo, lembrando-lhe que, ontem, fizemos três Sessões Extraordinárias e tínhamos quatro projetos em Comissão Conjunta, todos novos para a Casa, importantíssimos projetos para a Cidade. Então, levamos muito tempo fazendo um debate que, sinto, deveríamos ter feito em mais meses e nas Comissões.

Quero fazer uma observação a V. Exª de que a minha preocupação não é somente com a  televisão, é com as pessoas, para que fora do seu horário de trabalho, possam vir à Câmara acompanhar a Sessão, mas quero-lhe lembrar que muita gente dá uma assistidinha na TVCâmara, ficam clicando e passam  na TVCâmara e, à noite, vão fazer isso também, e nós estaremos dialogando  com a população  no horário em que ela pode ver televisão. Isso é muito importante.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Acho que a idéia é boa, Vereadora, e devemos explorar mais este debate por vários motivos. Talvez a gente acerte criando Sessões à noite, mas o que a gente não pode é invalidar as Sessões do dia. Acho que temos que ter a precípua colocação de que as Sessões do dia são fundamentais, importantes e decisivas, principalmente para o conceito da Casa, que é o que mais me preocupa atualmente, porque, evidentemente, a primeira preocupação nossa é com a população, é com o Orçamento da Prefeitura. Isso é evidentíssimo. Mas a Casa, através dos seus mecanismos, precisa mostrar, por exemplo, que, ontem, nós passamos um tempo enorme trabalhando aqui na Casa, e, certamente, não vai haver uma linha na imprensa a respeito disso.

Hoje, iremos passar o dia inteiro trabalhando, e, certamente, não vai ter uma linha na imprensa sobre esse assunto. Mas a televisão tem servido, nestes dez anos de TVCâmara, para alguns outros debates, inclusive esse que me preocupou muito, na Sessão de ontem, porque ficou visível a busca do Vereador pela imagem, pela visibilidade da TV, e isso nos tira muito tempo de trabalho, e nos encanta muito, evidentemente, a visibilidade na televisão. Mas fazer da visibilidade na TVCâmara a meta maior, e não o Projeto, eu acho que está havendo uma deturpação.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo aparte. Na verdade, eu não me preocuparia tanto com a televisão, e sim com a possibilidade de as pessoas que trabalham durante o dia poderem vir aqui, nesta Casa, sem prejuízo dos seus compromissos.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Perfeito. Verª Sofia, eu lembro muito do Ver. Ibsen Pinheiro, que dizia: “Vamos fazer uma modificação no Regimento, quando chegar na 12ª vez que o Vereador chegar no microfone, ele fica vetado de fazer a décima terceira”. Isso é um exagero, e ele dizia para mostrar que a finalidade era exatamente o aparecimento na TV, como visibilidade do Vereador, e não a preocupação com os Projetos.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PR nº 086/07.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta Verª Maria Celeste, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, à semelhança do que fez a Verª Sofia Cavedon, eu quero cumprimentar a Vereadora-Presidenta pela maneira correta e eficiente como conduziu os trabalhos desta Casa ao longo deste seu mandato que se encerra em 31 de dezembro. Cumprimento-a, eu não esperava de V. Exª outra coisa. Saúde e PAZ!

Mas, ao mesmo tempo, eu quero discordar frontalmente da Verª Sofia Cavedon com essa história de Sessão noturna na Câmara Municipal de Porto Alegre. As Câmaras do Interior fazem, sim, sessões noturnas porque só fazem aquela sessão noturna, porque só fazem aquela sessão noturna uma vez por semana. Agora, a Câmara Municipal de Porto Alegre, para fazer uma sessão noturna, pagaria caro, porque teria de trazer todo o serviço de taquigrafia, teria de trazer toda a Diretoria Legislativa, teria de trazer o serviço de segurança, teria de trazer o pessoal da garagem e ficar aqui algumas horas com o pessoal da área administrativa, das diferentes Comissões, e para quê? Para que algumas pessoas, eventualmente, viessem aqui. O que eu acho que seria muito mais importante é que os Vereadores, incluindo a Verª Sofia Cavedon, chegassem às 14 horas, todos os dias, às segundas, quartas e quintas-feiras, e saíssem ao término da Sessão; com isso, produziríamos muito mais, e a população ficaria muito mais satisfeita. Eu acho que a idéia de fazer uma sessão noturna não é uma idéia boa, vai custar caro e não vai produzir coisa nenhuma! Provavelmente, haverá dias em que não terá quórum, e aí nós passaremos a vergonha enorme de ter uma Sessão marcada para a noite e não ter quórum. Assim como nós fizemos, agora, a alteração da Lei Orgânica para o Recesso, de uma forma estranha, no meu entendimento, marcando os trabalhos de 1º de agosto à 31 de dezembro e de 1º de janeiro à 03 de janeiro. No 1º de janeiro, na forma da Lei Orgânica do Município, não se pode trabalhar na Câmara Municipal, a não ser no dia em que inicia a nova Legislatura. É um conflito da Lei Orgânica, mas, de qualquer forma, foi assim que fizeram. E eu quero ver, agora, na Sessão Legislativa do dia 02 de janeiro, se vai haver quórum nesta Casa. Eu quero ver se, no dia 26 e 27 de dezembro, vai haver quórum nesta Casa. Então, eu prefiro que haja mais freqüência, que haja mais celeridade nos trabalhos, para que não se acumule como está acontecendo, hoje, nesta Sessão Extraordinária, matéria da mais alta relevância para a Cidade, quando nós, várias vezes, terminamos a Sessão às 16h30min, 17h30min, por falta de quórum.  Muito obrigado. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Não havendo mais quem queira discutir a matéria, solicito que a Verª Neuza Canabarro, por gentileza, assuma a presidência dos trabalhos, porque eu gostaria de discutir esse ponto do Regimento.

 

(A Verª Neuza Canabarro assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PR nº 086/07.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, venho discutir a proposta de alteração do Regimento, parabenizando, em primeiro lugar, a Comissão que trabalhou efetivamente em cima da proposta de alterações, buscando contemplar as várias discussões que já se realizaram nesta Casa, Ver. João Antonio Dib, priorizando a agilização dos nossos trabalhos aqui nesta Casa. Então, quero iniciar fazendo um agradecimento muito especial a esta Comissão, que, por determinação da Mesa Diretora, reuniu, estudou o Regimento, trabalhou em cima das propostas, especificamente daquelas que a Casa, já há muito tempo, vem trazendo como sendo prioridade para a agilidade dos nossos trabalhos. E essa Comissão fez um trabalho exemplar, porque apontou pontos que há muito nós precisamos desafiar para as mudanças. O primeiro deles é o que diz respeito à agilidade do Plenário, sobretudo nas Sessões Solenes, não só nas Sessões Plenárias Ordinárias, mas especificamente nas Solenes. Nós já temos uma prática, por exemplo, nesta Casa, de todo ano fazer nova eleição da Mesa Diretora - pelo Regimento atual, isso só é possível fazer a cada dois anos, e a prática, a nossa vida real, é completamente diversa, nós todos os anos temos uma Mesa Diretora e uma presidência nova nesta Casa. Então, já está mais do que na hora de esta Casa se adaptar a esse novo costume dos Vereadores. E, de fato, organizar na última Sessão Ordinária de cada ano, a previsão da eleição da nova Mesa Diretora e dos novos Presidentes de Comissões, para que a gente não tenha, por exemplo, o dissabor de ver algum acordo não cumprido quando algum membro da Mesa Diretora, ou quando os próprios Presidentes das Comissões não renunciam no término do primeiro ano de cada dois anos. Então, essa alteração vem em boa hora, vem para que haja agilidade nos trabalhos, e, de fato, reconheça uma prática que há muitos anos temos nesta Casa, que a cada ano muda a Presidência, a Mesa Diretora e os Presidentes de Comissões, e isso não está previsto no Regimento. Tanto não está previsto que nós poderíamos, perfeitamente, no dia 27, fazer a eleição da nova Mesa Diretora e não o faremos, Ver. Mario Fraga, porque regimentalmente tem de haver a renúncia e a posse do novo Presidente no mesmo dia. Então, só faremos isso adentrando o novo ano legislativo, em 2008, com a previsão da renúncia no dia 3 de janeiro, pela manhã, e a posse do novo Presidente, Ver. Sebastião Melo, à tarde. Então, temos que agilizar as questões de Plenário, e acho que a Comissão avançou, e avançou muito.

Uma outra questão colocada, que acho importantíssima, é com relação às Sessões Solenes. Esta Casa, que tinha uma imagem muito distorcida, veiculada pela imprensa, de que nós prestávamos apenas para estar aqui aprovando Projetos de nomes de ruas e de que nos prestamos apenas a fazer homenagens, homenagens e homenagens, também neste Projeto há uma proposta de agilidade inclusive para as Sessões Solenes, que serão mais curtas, mais ágeis, mais rápidas. É isso que a sociedade quer: uma Câmara ágil, que responda prontamente às demandas da comunidade em todas as questões, inclusive nas Sessões Solenes.

Quero dizer que este ano foi um grande desafio, pois, inclusive, mexemos em questões contundentes. Uma delas foi a questão do Recesso parlamentar, por isso hoje estamos aqui, estaremos no dia 26, numa Sessão Ordinária; estaremos, no dia 27, numa Sessão Ordinária e estaremos, no dia 2 de janeiro, numa Sessão Ordinária, porque nos comprometemos com a mudança do Regimento, Ver. João Antonio Dib, na reunião de Mesa e Lideranças nesta semana, com o acordo de todas as Bancadas, e vamos estar aqui, porque temos uma pauta muito extensa, muito longa de aprovação ou não de Projetos que precisam ser discutidos. E garanto para o senhor, como conheço cada um dos Vereadores desta Casa, a responsabilidade, o compromisso que cada Vereador tem, com certeza, assim como hoje estamos aqui, numa Extraordinária, de manhã, foi uma das poucas Sessões Extraordinárias pela manhã nesta Casa, temos quórum para iniciar os trabalhos, temos quórum para a Ordem do Dia e, com certeza, na previsão que realizamos neste ano, como todas as questões que foram apontadas, em que tivemos a colaboração de todos os Vereadores, daremos quórum, sim, nas Sessões Ordinárias porque esse é o compromisso de cada um dos Vereadores desta Casa, e, com certeza, eu atesto esse compromisso de cada um. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Verª Maria Celeste. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PR nº 086/07.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Verª Neuza Canabarro, presidindo os trabalhos, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores; Verª Maria Celeste, Presidenta da Casa, com toda a certeza V. Exª fez uma boa presidência neste ano que está se encerrando, nós temos só elogios a tecer ao trabalho que V. Exª fez, eu só não posso concordar com as afirmações de V. Exª no sentido de que esta Casa era só homenagens, homenagens, homenagens, e, depois, com V. Exª, as coisas foram corrigidas. Esta Casa sempre trabalhou muito e vem se aprimorando, é claro, ao longo do tempo, e nós tivemos ...

 

(Aparte anti-regimental.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sim, a imprensa, mas nós não podemos nos guiar pela imprensa, até porque os repórteres vêm raramente aqui e só vêm quando sentem que existe alguma coisa ruim. Mas é difícil nós termos os repórteres acompanhando a vida da Câmara Municipal como tínhamos antigamente. Nós tivemos anos em que o Melchíades Stricher era um representante contínuo da RBS em todas as Sessões da Câmara Municipal, assim como outras empresas também tinham os seus representantes aqui. E aí eles tinham uma noção do trabalho realizado pela Câmara. Hoje não, hoje raramente vem aqui algum repórter para fazer o levantamento dos trabalhos que são feitos. Normalmente, quando vem, é para verificar alguma coisa ruim que acontece na Câmara Municipal, mas ninguém vem aqui para ver o trabalho que é feito pela Câmara. E aí, saem daqui, vão para os seus órgãos de comunicação, e nós somos impotentes para contê-los, e dizem que a Câmara é só homenagens, homenagens, homenagens. Mas isso não era assim, com toda a certeza, nós, durante todos os anos que eu me lembro, Ver. João Dib - eu estou aqui há 25 anos, V. Exª está há mais tempo -, esta Câmara vem se aprimorando, vem trabalhando, e eu posso dizer, com toda a certeza, que ela honra as tradições dos trabalhos legislativos em todo o País.

Eu quero falar rapidamente aqui. As modificações que nós temos, Ver. Mario Fraga, V. Exª que foi uma das pessoas que solicitaram que nós pudéssemos falar sobre as modificações, a preocupação inicial com relação a que algumas discussões que eram feitas de forma desnecessárias, como por exemplo as da Pauta, pudessem ser diminuídas. Nós temos, por exemplo, três Sessões de Pauta para cada Projeto, e nós estamos diminuindo o tempo de tramitação para duas Sessões de Pauta. Também no Orçamento, para o qual temos o período de seis Sessões de Pauta, estamos diminuindo esse tempo para três Sessões. Por quê? Porque nós acreditamos que essas Sessões são mais do que suficientes para que os Vereadores discutam, de forma preliminar, todos os Projetos, ou que todos os Vereadores tomem conhecimento dos Projetos que chegam à Casa.

Também há uma preocupação com a Ordem do Dia: nós sugerimos, através dessa Comissão, que a Ordem do Dia fosse a estrela principal de todas as Sessões da Câmara Municipal. Então, existem duas propostas: uma proposta do Ver. Sebastião Melo e uma proposta minha para que a Ordem do Dia possa ser priorizada dentro daquilo que acontece nas Sessões. Não que a gente abra mão, Verª Sofia Cavedon, do restante que está acontecendo nas Sessões, mas sugerimos modificações para que nós possamos, realmente, dar atenção àquilo que é o principal, que é a parte em que nós votamos os Projetos.

Com relações às Sessões Solenes, existe uma modificação, uma alteração que é proposta pelo Ver. Sebastião Melo, que foi aceita por toda a Comissão e que agora está para ser discutida aqui, que é exatamente a valorização do título que está sendo entregue. Em vez de nós termos todos os Vereadores da Casa falando numa Sessão Solene, e às vezes tornando a Sessão Solene enfadonha, nós vamos ter o proponente da Sessão Solene falando por 30 minutos e as outras Lideranças da Casa, que quiserem, aparteando o orador a fim de que o momento máximo seja o da fala do homenageado. Eu acho que isso também vai modificar essas Sessões Solenes de uma forma positiva. É claro que as alterações são inúmeras, mas eu acredito que em quase todas nós conseguimos um consenso dentro da Comissão, Ver. Guilherme, Ver. Sebastião Melo, Verª Neuza Canabarro, Ver. Garcia, e nós, que discutimos a parte das mudanças do Regimento, acreditamos que esse consenso conquistado na Comissão vai refletir aqui nas decisões do Plenário hoje.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Luiz Braz. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PR nº 086/07.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO:  Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; colegas Vereadores e colegas Vereadoras; senhores e senhoras, a proposta de alteração apresentada pela Mesa e analisada pelo conjunto de colegas Vereadores e Vereadoras encerra o ano com nós trabalhando e consolidando um conjunto de avanços que a Câmara Municipal vem conseguindo conquistar.

Verª Neuza, V. Exª que é membro da Mesa Diretora desta Casa, essa medida que estamos discutindo hoje vem no rol das medidas que foram implementadas com o site transparência da Casa, para que todas as informações possam ser analisadas diariamente por qualquer membro da sociedade mundial. Mas temos que nos referir prioritariamente à cidadania de Porto Alegre, quanto à adequação do período de Recesso, a qual já faremos no primeiro período de 2008, com um espaço de tempo igual a quaisquer férias de qualquer trabalhador, não mais do que isso, e quanto à adequação dos recursos conforme as exigências que a sociedade faz. E agora essa proposta traz um conjunto de revisões das nossas normas de funcionamento, para que a Casa possa ser mais ágil, ser mais dinâmica.

Conversando, ontem, com o futuro Presidente desta Casa, Ver. Sebastião Melo, afirmava o Vereador  a sua postura de dar continuidade ao trabalho de valorização da Casa e abri-la para que a mesma possa ir até a sociedade e fazer as discussões com plenárias, nos Bairros, nas regiões do Orçamento Participativo. Verª Maria Celeste e Ver. Sebastião Melo, o art. 100 apresenta - já existia nesta Casa, no próprio Regimento - a instituição da Tribuna Popular, portanto, reforça a Tribuna Popular e mantém algo que é fantástico, creio, para a valorização desta Casa, que é fazer Tribuna Popular nada mais nada menos do que na Praça Montevidéu, no largo fronteiro à Prefeitura Municipal. O Legislativo Municipal realizar Tribunas Populares na praça pública junto ao Executivo Municipal é valorizar esta Casa quanto à relação com a comunidade, pois sabemos que a Praça Montevidéu, o Largo Glênio Peres, a Esquina Democrática são os símbolos da afirmação da democracia desta Cidade. Portanto, a revisão que é trazida aqui reforça o espírito republicano de a Câmara estar sempre atenta e aberta aos temas que são desenvolvidos nas cidades, aos anseios que os diversos segmentos trazem.

A proposição que a Mesa Diretora trabalhou, sob a coordenação da nossa Presidenta, Verª Maria Celeste, e a disposição que tem demonstrado o Ver. Sebastião Melo, que assume a Presidência no próximo ano, em implementar essas reformas, essas revisões que estamos fazendo, com certeza vem contribuir, mais uma vez, para que o Legislativo Municipal seja pioneiro em auto-avaliar os seus procedimentos e ajustar aqueles procedimentos que entendemos que estão em desacordo com o anseio da sociedade e com os princípios republicanos. Quero aqui trazer o meu abraço à Mesa Diretora, que finaliza a sua gestão com um magnífico trabalho de discussão e elaboração que representa os 36 Vereadores desta Casa. Portanto, essa discussão que estamos fazendo hoje, coincidindo com o final do ano, coroa o trabalho da atual gestão de fazer uma revisão, e remete para o Ver. Sebastião Melo, que assume a Presidência no próximo ano, afirmar todos esses princípios, dando continuidade a uma Câmara participativa, a uma Câmara transparente, a uma Câmara que busque sempre responder  todas as demandas que a sociedade porto-alegrense apresenta. Muito obrigado, senhores e senhoras.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Carlos Comassetto.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PR n.° 086/07

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta dos trabalhos, Verª Neuza Canabarro; colegas Vereadores e Vereadoras, inicialmente quero fazer uma proposta aos meus colegas Vereadores. Relativamente a essa matéria, se os colegas não estiverem suficientemente esclarecidos, proponho que eu, pessoalmente, ou a Diretora Legislativa, nesta Sessão ou em outra Sessão, Ver. João Antonio Dib, faça, por meio de data show, uma demonstração das mudanças que estamos propondo. Ou seja, se alguém tiver dúvida sobre essa matéria, é preciso esclarecer, porque acho que há mudanças significativas que estamos produzindo, fruto de trabalho exaustivo. Passamos muitas manhãs, V. Exª estava lá, Vereadora Neuza, começávamos às 9 horas, estendíamos até o meio-dia: fizemos 9,10 reuniões para tratar dessa matéria, e ela traz um sentimento que há nesta Casa que é a celeridade do processo legislativo. De uma forma ou de outra, as falas, ao longo destes anos aqui, levam  a essa direção.

Ver. Dib, se V. Exª não  tem acordo com a proposta da mudança das Sessões plenárias, se o Ver. Adeli não tem, se outro Vereador não tem, faço um apelo: vamos nos reunir e construir uma proposta coletiva para melhorar o que está aí. O que não dá, na minha avaliação, é entrar na Ordem do Dia todas as semanas, segunda-feira e quinta-feira, às seis da tarde. Isso não dá, isso não está bem para a Casa! Estou fazendo uma proposta que, se não é a melhor, pelo menos, é uma base para a discussão. O que estou trazendo para a discussão, Verª Neuza, é uma proposta de três tipos de Sessão. Veja bem: na quinta-feira, não mexemos, mantém-se “tudo como dantes no quartel de Abrantes”, ou seja, tudo que está aí se mantém na quinta-feira; na quarta-feira, Ver. João Dib, não há Tribuna Popular, entramos direto na Ordem do Dia, preservando as Lideranças, agora, se V. Exª teria a discordância de que teríamos que passar a Pauta, vamos fazer uma Subemenda e vamos passar a Pauta; na segunda-feira, estou propondo iniciarmos com a Tribuna Popular, o Grande Expediente, a Ordem do Dia, e as Comunicações e a Pauta passariam para depois da Ordem do Dia. Eu acho que qualquer proposta é melhor do que a que existe hoje.

Vejo, Verª Sofia, com bons olhos a proposta de V. Exª, até porque o patrão desta Casa é o povo de Porto Alegre; o povo trabalha e, à noite, poderia vir às Sessões. Talvez, essa fosse uma experiência extraordinária. Então, não tenho objeção, Verª Sofia, de ajudar a construir a proposta defendida por V. Exª

Eu quero,  Verª Maria Celeste, cumprimentar V. Exª, porque foi quem nos designou, quem insistiu, e acho que nós, de forma coletiva, cada um do seu jeito, à sua maneira, cumprimos com aquilo que V. Exª pediu que é, primeiro,  o apelo de votar a mudança do Regimento. Por que, Verª Maria Luiza? Porque isso vai-nos permitir entrar nesta Casa, no dia 1º de janeiro, com uma outra lógica de plenário, em que as Sessões de homenagem não durem três horas, e que as pessoas que venham aqui não saiam falando mal da Casa: “para eu ser homenageado, fiquei quatro horas sentado, foram quatro horas de fala. Uma Sessão plenária de homenagem tem que ter um tempo, para podermos dizer ao homenageado que a Sessão terá a duração de uma hora. É só isso? Não! Nós estamos tirando as homenagens do Grande Expediente, que é um outro grande avanço, Ver. Luiz Braz.

Então, encerro, Presidenta, dizendo que, ratificando o que eu disse antes, proponho que a Diretora Legislativa, se alguém tiver dúvida, possa fazer uma explanação, através do data show, mostrando as mudanças que estamos propondo. Segundo, que haja o entendimento de todas as Bancadas para construir uma proposta unitária do ponto de vista das Sessões. Se a minha proposta não é uma proposta que agrada, eu não tenho problema de retirá-la, de emendá-la, mas  não dá para entrar na Ordem do Dia, às 18h, seja na quinta ou na segunda-feira. Nós estamos propondo, então, três tipos de Sessões: quinta-feira ficaria como está; quarta-feira ficaria sem a Tribuna Popular; na segunda-feira, a Ordem do Dia entraria um pouquinho mais cedo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4417/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 006/07, que altera as Leis Complementares nº 07, de 07 de dezembro de 1973, que institui e disciplina os tributos de competência do Município, e nº 306, de 23 de dezembro de 1993, que institui hipótese de responsabilidade pelo pagamento do  Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN; revoga a Lei Complementar nº 207, de 28 de dezembro de 1989, que estabelece as condições para a isenção do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, e dá outras providências. Com Mensagem Retificativa. Com Emendas nos 01, 03, 04 e 05.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e da Mensagem Retificativa.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,   § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 29-11-07;

- retirada a Emenda nº 02;.

- discutiram a matéria, em 19.12.07, os Vereadores A.Sell, S.Melo e B.Vendruscolo.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):  Está encerrada a discussão.

Em discussão o PLCE nº 006/07. (Pausa.)

O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLCE n° 006/07, por cedência de tempo da Verª Margarete Moraes.

 

O SR. ADELI SELL: Srª Presidenta, colegas Vereadores e Vereadoras, como disse ontem, para aproveitar a presença dos servidores da Fazenda aqui presentes, estou fazendo duas pequenas Emendas. Uma é sobre uma questão de multa, adequando ao mesmo valor e à idéia que nós temos sobre o tipo de ação que é feita; então, uma pequena correção em uma das multas propostas, para fazer algo equânime. Mais precisamente, trata-se do seguinte: no art. 6°, alínea e, bem como no item 3, no inciso III, do art. 56, da Lei Complementar n° 07, estou colocando: “conforme o número de eventos, observado o valor mínimo de 118 UFMs e o máximo de 5.000 UFMs”. E, depois do item 3, aí é a equalização:”de 10 UFMs” - o valor hoje seria de 21,34 UFMs – “ por documento, quando emitir nota fiscal de serviço, ou documento equivalente para operação não incidente do imposto”. Ou seja, quando alguém tira uma nota errada, equivocada, não podemos cobrar uma multa exorbitante, porque não há o intuito, não há dolo na intenção.

Então, eu pediria a atenção do pessoal da Fazenda que está acompanhando a discussão, para uma correção e, depois, eu fiz e apresentei em nome da minha Bancada, no caso do ITR, propondo, no art. 3º, § 3º:” os proprietários dos imóveis sobre os quais incidir o ITR, abrangidos pelo parágrafo 2º deste artigo, deverão comprovar junto ao Fisco Municipal, de três em três anos, a sua condição de imóvel rural”. Evidentemente, eu posso pegar a minha propriedade lá no Lami e transformá-la numa outra atividade, num ano, praticamente. Então, eu acho que é razoável, de três em três anos, fazer essa comprovação. Acho que isso é algo para aperfeiçoar o Projeto. Como eu conversei, ontem e hoje, com os representantes da Secretaria Municipal da Fazenda, nós tínhamos o intuito, inclusive, de apresentar uma outra Emenda sobre alguns serviços, mas, como nós conseguimos, no último período, o Ver. Newton Braga Rosa, outros Vereadores e eu, tratar deste sistema de tributação com uma abertura, esperamos que, no início do ano, a gente possa fazer adequações, e que para 2009 possam funcionar melhor.

Eu não apresentaria nenhuma outra Emenda hoje; daria, então, a tranqüilidade para a gente aprovar o Projeto e fazer uma discussão mais aprofundada sobre alguns itens, alguns serviços que merecem modificação.

Eu queria salientar que no mundo do trabalho nós temos profundas modificações, Ver. Nilo Santos, ao longo dos anos, porque, no passado, você tinha uma escola, você sabia o processo de ensino-aprendizagem como era, ou uma escola normal ou uma escola técnica. Hoje não, você tem escola de treinamento, de recursos humanos, alguma coisa pode ser mera capacitação, uma espécie de pós-graduação, ou seja, de aperfeiçoamento, mas você pode ter um outro tipo de expediente que, na verdade, é um curso regular. Na minha opinião, me parece que são coisas diferentes, que têm que ser tratados de forma diferente. Então, no futuro, Ver. Todeschini, nós queremos voltar a discutir alguns dos serviços, exatamente pelas modificações que estão ocorrendo no mundo do trabalho. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, por uma questão de solidariedade humana,  comunico que o filho do Deputado Federal Beto Albuquerque encontra-se hospitalizado no Hospital Mãe de Deus. Está com leucemia e está precisando de mais de 200 doadores de sangue. Então, nós solicitamos a todos que doem qualquer tipo de sangue. (Manifestação inaudível do Ver. Nereu D’Avila.) Eu posso ver, Vereador. Essa é a informação que o Hospital nos passou. A gente pode até ver a questão mais específica. Mas é para todos saberem. Então, era isso, Srª Presidenta. Obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Verª Maristela. Com certeza, convidamos a todos que possam que se dirijam ao Hospital para fazer a doação de sangue.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLCE nº 006/07.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e assistentes desta Sessão, este Projeto contém uma particularidade à qual vou me referir, que é a da revisão da alíquota do ISSQN, porque nós temos a experiência de que, quando os encargos extrapolam e são muito pesados, nós temos a fuga das atividades, e isso é o que tem se verificado na prática, é o que tem acontecido ao longo dos anos. Quatro por cento de ISS acabou afastando as empresas, entre elas as de consultoria e as de Informática, que, depois da alteração, começaram a retornar a Porto Alegre; as de equipamentos para recauchutagem e conserto de pneus, conforme a gente já alterou, também.

 Então, eu acho que é uma alternativa admitida pelo Executivo, que estabeleceu na proposição enviada aqui à Câmara, um ano. Mas fomos procurados, e fui convencido de que um ano é insuficiente para convencer e fazer com que as empresas se movimentem em retorno à Capital. Portanto, nós estamos apoiando a Emenda do Ver. Newton Braga Rosa, que estende esse período por um prazo que seja aceitável e que configura a viabilidade econômica da transição para o retorno das empresas, entre outras as de consultoria, para Porto Alegre. Portanto, eu creio que é bom que esteja vindo esse Projeto do Executivo, mas é melhor que ele seja aprovado com as Emendas aqui propostas, porque elas aperfeiçoam e dão o sentido de sustentabilidade ao Projeto.

Por isso eu venho aqui me manifestar - não vou usar todo tempo - na direção de que esse é o reequilíbrio, é um ajuste importante a ser feito para que nós possamos, desta forma, resgatar a maior vocação, a verdadeira vocação da Cidade, que é uma cidade de serviços, de serviços de qualidade, de empresas sem chaminé. E muitas se afastaram, migraram para periferia, para Eldorado, para Guaíba, para Viamão, para Canoas, para a Grande Porto Alegre, enfim, em função desse peso, que foi exagerado.

Então, na nossa opinião, é favorável, é bem-vindo, em hora certa; e, com a Emenda, o Projeto pode, de fato, desencadear um movimento que seja conveniente e sustentável para o regresso dessas importantes empresas especializadas para a cidade de Porto Alegre. Minha manifestação é nesse sentido, e sou favorável, corroborando a manifestação da nossa Liderança, Ver. Adeli Sell. Obrigado pela atenção.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Todeschini.

Apregôo a Subemenda nº 01 à Mensagem Retificativa ao PLCE nº 006/07: “Acresce o § 3º no art. 3º do PLCE nº 006/07, que passa a ter a seguinte redação: art. 3º, § 3º - os proprietários dos imóveis sobre os quais incidir o ITR, abrangidos pelo § 2º deste artigo, deverão comprovar junto ao Fisco Municipal de três em três anos sua condição de imóvel rural”. Vereador Adeli Sell.

Apregôo a Subemenda nº 02 à Mensagem Retificativa ao PLCE nº 006/07: “O Art. 6º, alínea e, bem como seu item 3, do inc. III, do art. 56, da Lei Complementar nº 07, de 07 dezembro de 1973,  incluído pela Lei Complementar nº 501/03, passam a vigorar com a seguinte redação: e - conforme o número de eventos, observado o valor mínimo de 118 UFMs  (cento e dezoito Unidades Financeiras Municipais)  e o máximo de 5.000 UFMs (cinco mil  UFMs.).

“3- de 10 UFMs (R$21,34), por documento, quando emitir nota fiscal de serviço  ou  documento equivalente para operação não incidente do imposto.

Vereador Adeli Sell, Líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores”.

O Ver. Newton Braga Rosa está com a palavra para discutir o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/07.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,  eu gostaria de, mais uma vez, abordar o assunto em Pauta, que é o  Projeto do Executivo nº 006/07.

É um Projeto meritório na medida em que condiciona, acerta, ajusta o ISS municipal às novas regras do SuperSimples, e faz alguns avanços bem importantes.

Eu gostaria de me deter em duas Emendas. A primeira é a Emenda nº1 -  e em breve estarei passando para os colegas um resumo das sete Emendas protocoladas até este instante – que inclui no art. 14 do  Projeto de Lei uma pequena modificação, mas muito importante. Por que isso? Essa Emenda trata de incorporações imobiliárias, e, atualmente, existe uma controvérsia tributária a respeito de quando cessa o ITBI e quando começa o ISS devido nas construções de prédios novos, Ver. Bernardino.

Por que isso? Quando o usuário compra um determinado imóvel em construção, ele compra uma cota-terreno, e, a partir daí, ele deve o ITBI somente sobre a  cota-terreno. A construtora é uma prestadora de serviços que recolhe ISS, ou seja, durante uma construção de uma obra, existe a incidência, em momentos diferentes, dos dois impostos.

Dou um outro exemplo: imaginem uma obra que teve transcorridos 30% da sua execução, se um sujeito está entrando no grupo neste instante, ele deve ITBI sobre os 30% já concluídos, e a construtora deve ISS sobre os 70% dos serviços que serão prestados, Ver. Todeschini, até a sua conclusão. Qual é o problema que existe? Na legislação atual não está claramente definido o momento em que cessa uma coisa e começa a outra. Trata-se, portanto, de uma mera correção ou esclarecimento na legislação que existe.

A outra Emenda que eu acho importante destacar e para a qual eu peço o apoio dos colegas Vereadores, é uma Emenda condicionada a um desempenho de arrecadação tributária. Eu explico: nós tivemos, aqui nesta Casa, lá nos idos de 2003, a ousadia de aprovar uma redução de 60% do ISS para atividades de informática. Acreditávamos, na época, e um trabalho mostrava isso, que havia uma elasticidade capaz de, se reduzida a alíquota, aumentar a arrecadação. A boa notícia, depois de três anos de avaliação, do imposto reduzido, foi que o imposto caiu 60% e a atividade aumentou 7,3%. Estavam certos então os preceitos da Teoria da Curva de Laffer, que diz que excesso de alíquotas diminui a arrecadação, e, no sentido inverso, se você reduzir alíquotas, você aumentará a arrecadação. A Prefeitura continuou: a Secretaria da Fazenda e esta Casa, em dois setores importantes, que foram incentivados há pouco tempo - o setor de recapagem de pneus e o setor de agências de publicidade. O que nós estamos propondo nesta Emenda que foi negociada entre as partes durante muito tempo, e a Secretaria da Fazenda deu o seu aval, é para as empresas de projeto e consultoria de engenharia. Eu explico: o projeto de engenharia é o primeiro passo para uma execução bem-sucedida. Um erro de projeto não será corrigido durante a elaboração de uma obra, trata-se de um mal congênito que vai acompanhar aquela construção a vida inteira; e algumas construções não podem passar por esse risco. Fazer bons projetos é essencial para toda a comunidade, para a economia do Município e do Estado. O que nós estamos propondo é um incentivo para aumentar o porte das nossas empresas de engenharia, incentivando a criação de novas, Ver. Todeschini, de modo que nós tenhamos esse setor mais robusto na cidade de Porto Alegre, que é uma Cidade de serviços que está em busca da sua vocação. Acreditamos, portanto, na redução de alíquota, que está sendo proposta, de 4 para 2%, durante um prazo determinado e sujeita a uma avaliação. Em outubro do ano que vem, estaremos aqui, os Vereadores, avaliando se as metas compromissadas do setor com a Secretaria da Fazenda e esta Casa foram cumpridas. Em caso positivo, aí sim o incentivo é prorrogado por prazo indeterminado. Caso contrário, Ver. João Antonio Dib, o incentivo cessa automaticamente.

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. João Antonio Dib se inscreve e cede seu tempo para o Ver. Newton Braga Rosa.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA: Muito obrigado, Ver. João Antonio Dib.

Concluindo, o setor de engenharia tem a possibilidade, dada a sua elasticidade, de trazer um crescimento econômico para a nossa Cidade. Existem algumas similaridades entre projetos de engenharia e o setor de informática. E eu explico: a informática é uma atividade eminentemente intelectual, protegida pelo direito autoral, onde a capacidade do indivíduo, a capacidade de uma equipe é decisiva para o sucesso de um empreendimento. É um setor em que você trabalha na frente de um computador que pode estar em qualquer lugar do mundo. Atualmente, existem exemplos aqui em Porto Alegre. E eu vou citar explicitamente: o TecnoPUC - com 2 mil e 500 técnicos altamente gabaritados - exporta 83% de todo software que é desenvolvido. Aliás, a administração do TecnoPUC me disse, recentemente, quando aquele Centro completou o seu quarto aniversário, que o incentivo tributário concedido ao setor de informática foi decisivo para que tivéssemos o TecnoPUC com a dimensão que ele possui hoje, conforme bem sabe o Ver. Guilherme Barbosa, que é engenheiro como eu. Ou seja, não interessa onde a competência está instalada, ela presta serviços a qualquer lugar do Brasil, a qualquer Município do Rio Grande do Sul, a qualquer parte do mundo.

O setor de projetos de engenharia tem essa característica. O engenheiro projetista trabalha com as suas ferramentas num determinado escritório, vendendo, fazendo projetos para qualquer outra cidade, para qualquer outro Estado e, talvez, até para outros países. O que nós queremos é que Porto Alegre tenha uma concentração importante de engenheiros projetistas e empresas robustas capazes de vender projetos para qualquer lugar do mundo. E aí eu me lembro o caso da Embraer, São José dos Campos, em torno de uma universidade muito competente, que é o Instituto Técnico de Aeronáutica, criou uma equipe de profissionais onde o importante é o projeto das aeronaves que estão sendo feitas lá; os acessórios,  as partes, as turbinas não são feitas no Brasil, nem os sistemas de controle. Agora, o mérito dos aviões da Embraer, que faz dela uma empresa de projeção internacional, consiste exatamente, Ver. Bernardino, na qualidade do projeto que foi desenvolvido, ou seja, projeto de engenharia, seja para a construção civil, seja para um setor aeroeletrônico, é ali que reside, sim, a importância do produto final. Um bom projeto pode dar um bom produto; um mau projeto jamais vai passar disso. 

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Newton. Para corroborar com seu pronunciamento: nós vivemos na era da informação, na era do conhecimento e da inteligência, e essa indústria é a que mais agrega. Tem razão o senhor em sua manifestação quando diz que o desenvolvimento dos projetos é que acumulam valor agregado de forma importante. E nós temos, aqui em Porto Alegre, uma inteligência singular porque detemos profissionais, escritórios, empresas e universidades de primeiro nível, que não deixam nada a dever. Obrigado.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA:  Ótima observação.

 

A Srª Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Por falar em bons projetos, Vereador, a gente sabe que o senhor tem proximidade na questão da área técnica de ciências e na questão tecnológica, estão sendo liberados mais 54 milhões para o nosso CEITEC para já começar a tocar a questão da industrialização. O senhor está de parabéns por isso, porque todos nós trabalhamos em torno desse projeto maravilhoso.

 

O SR. NEWTON BRAGA ROSA:  Excelente notícia, Vereadora. O CEITEC acaba de receber, então, 54 milhões para tornar Porto Alegre um centro de referência em microeletrônica. Mais 54 milhões, além de tudo o que já veio! E não vamos esquecer, já disse desta tribuna e repito: grande parte disso, Vereadora, se deve ao trabalho incessante do Deputado Beto Albuquerque, do vosso Partido, e do Governo Lula, sem dúvida, bem lembrado, Ver. Todeschini..

Eu gostaria de lembrar, então, que temos as seguintes Emendas a este Projeto, às quais pediria o apoio de vocês: a primeira, a Emenda nº 01 – isso consta no resumo que estou encaminhando e colocando na mesa de cada Vereador, neste instante - é uma Emenda minha, do Ver. Dib e do Ver. Sebastião Melo, que faz um reajuste sobre as incorporações imobiliárias. A segunda Emenda foi retirada. A terceira Emenda, da Verª Clênia Maranhão, desobriga o contribuinte a depositar 30% do valor do crédito tributário objeto do recurso descrito no §3º do art. 62. A Emenda nº 04 é uma Emenda coletiva de quinze Vereadores desta Casa, que visa a adequar o Projeto do Executivo nº 2610/07, a aprovação que já ocorreu aqui nesta Casa de um Projeto que simplificava e que permitia – Projeto de minha autoria e do Ver. Ervino Besson – o não-pagamento de IPTU pelas propriedades rurais de Porto Alegre. Emenda esta aperfeiçoada pela Emenda do Ver. Adeli Sell, que estabelece muito apropriadamente que essas propriedades beneficiadas pelo não-pagamento do IPTU tenham que provar sua condição de atividade produtiva a cada três anos.

Para encerrar, Srª Presidenta, a Emenda nº 05 que trata da redução do ISS por prazo fixo e determinado, sujeita à avaliação das empresas de projetos e consultorias na área da Engenharia. Muito obrigado pela sua atenção.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLCE  nº 006/07, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, da mesma forma, eu venho defender este Projeto, pois nós caminhamos de forma a fazer com que aquelas empresas que, ao longo dos anos, estabeleceram-se na Grande Porto Alegre em razão da redução dos impostos praticados por cidades vizinhas - todos nós temos conhecimento - e com essa redução de impostos prevista no Projeto, nós, certamente, vamos dar oportunidade a essas empresas de retornarem a Porto Alegre, retornarem à Capital. E não tem como nós não entendermos a decisão dessas empresas, das que já o fizeram, e das que estão surgindo, estabelecendo suas sedes nas cidades onde, principalmente, o ISS – antigamente  chamado de ISSQN; hoje é ISS, Imposto Sobre Serviços - tem um custo menor. A carga tributária que, no passado, não significava tanto, Ver. Elói Guimarães, hoje, é muito significativa. Hoje, uma questão de um ou dois por cento no faturamento bruto de qualquer empresa faz com que ela, sim, passe a procurar outros Municípios. Eu acho que Porto Alegre dá um salto, Porto Alegre vai-se enquadrar no nível daqueles Municípios que estão preocupados com o serviço, com o progresso. Nós, aqui, podemos notar que grandes empresas estão situadas aqui nas cidades vizinhas tão-somente em razão do valor cobrado a menor no que diz respeito ao Imposto Sobre Serviço. Este Imposto Sobre Serviço que, muitas vezes, as pessoas dizem: “Ah, mas é um, dois, três por cento”; mas é um, dois, três por cento sobre o faturamento total. Quer dizer, se a empresa emitiu uma nota fiscal no valor de 10 mil reais, o imposto é direto sobre esse valor. Evidentemente, que também nós não precisamos aqui relatar que as empresas não pagam; hoje, é Cofins, é Imposto de Renda, todos eles, imediatamente, descontados na própria nota fiscal. Então, a sonegação é muito difícil, fazendo com que as empresas acabem, de uma forma ou de outra, buscando, sim, as cidades onde o ISS é menor. E quem diz que é feio falar sobre sonegação, é porque não está do outro lado para saber o quanto é difícil manter uma empresa. E todos nós aqui sabemos, Ver. Carlos Todeschini, que quanto menor o imposto, menos é o incentivo para a sonegação. E a moralização, eu acho que o empresariado se sente homenageado e vai valorizar a Cidade, vai valorizar o seu próprio trabalho, vai moralizar e, com isso, os Municípios também vão arrecadar mais. Nós temos certeza de que, por exemplo, nesse segmento de contratos e outros que estão sendo atingidos por esta Lei, vão, sim, ter um acréscimo para o Município na arrecadação desse Imposto Sobre Serviço.

Então, por isso, nós queremos aqui cumprimentar  todos os Vereadores que estiveram diretamente envolvidos; o Prefeito, especialmente o Secretário da Fazenda, porque é um amadurecimento. Nós estamos vivendo um novo momento, um momento de entendimento, em que o Poder Público negocia com o empresariado de igual para igual, como aconteceu neste caso. Verª Neuza,  nós, há alguns anos, não presenciávamos isso, e isso não é crítica a governo nenhum, é que nós estamos num novo momento, em que o homem público está consciente da importância de salvar o empresariado, e por isso tem condições de sentar e negociar em igualdade de condições. Parabéns a todos nós; parabéns a Porto Alegre, porque vai contar com um projeto extremamente necessário e moderno para os tempos de hoje.

 

O Sr. Newton Braga Rosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, eu endosso a sua manifestação, reforço o que disse há pouco tempo na tribuna, que Porto Alegre tem que ter uma política tributária ousada, mas cautelosa. No passado era dado incentivo sem a contrapartida explícita, evoluímos nesse sentido. Desta vez está sendo dado um incentivo importante para o setor que V. Exª acaba de relatar, que é o setor de projetos de empresas de engenharia e empresas de consultoria, condicionado a um desempenho tributário, ou seja, espera-se que esse incentivo faça crescer as empresas que existem, faça surgir novas empresas, faça com que profissionais - que hoje trabalham como profissionais individuais - se organizem de uma forma empresarial mais bem estruturada. Esperamos, desta forma, aumentar a base tributária, de modo que  uma alíquota menor produza uma arrecadação superior àquela que nós temos hoje, no ano de 2007.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Bernardino Vendruscolo.

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLCE nº 006/07.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, queríamos saudar também os porto-alegrenses que estão acompanhando esta discussão do Projeto do Executivo, que disciplina tributos, trabalhando especificamente a questão do ISSQN no nosso Município. É muito bom poder discutir o disciplinamento dos tributos num Parlamento ao final de ano, reafirmando que este Projeto não é de aumento de impostos. Infelizmente no Brasil, em nível nacional, estadual, e nos vários Estados brasileiros, quando entram os projetos de final de ano, sempre temos essa preocupação. Este é um projeto que cria condições para o desenvolvimento econômico de Porto Alegre em várias áreas, porque, efetivamente, ele foi construído através da Prefeitura de Porto Alegre, através da Secretaria da Fazenda, com vários setores econômicos da nossa Cidade, na busca, inclusive, do retorno de empresas que haviam saído do nosso Município, considerando que, na Grande Porto Alegre ou em outros Municípios, tinham possibilidade de negociar impostos mais baixos.

Nestes três anos, na condição de Líder do Governo, eu tive o prazer de perceber todo o esforço da nossa Prefeitura nessa área tributária, no sentido de construir, com os setores produtivos da Cidade, as possibilidades do seu crescimento, o rebaixamento de impostos, quando eles, efetivamente, estavam acima daquilo que era necessário. Quero também registrar que este Projeto é o último que trata de impostos este ano, e que nós estamos incorporando a ele várias Emendas, tanto de Vereadores da base do Governo quanto de Vereadores da oposição, e essas Emendas surgiram exatamente do aprimoramento do debate técnico feito entre as Vereadoras e  os Vereadores com os representantes da sociedade, com os empresários que vivem, no dia-a-dia, a necessidade de modificação dessa legislação, com o suporte técnico e político da Secretaria da Fazenda e da Prefeitura de Porto Alegre.

Nós ainda estamos, neste momento, discutindo, porque ainda estamos fazendo ajustes finais em algumas Emendas, e é preciso que ainda estejamos no processo de discussão, para que, do ponto de vista do processo parlamentar, nós apresentemos essas Emendas. Nós achamos que isso é importante, porque os Projetos que tratam de tributos devem ser aprovados em um ano para serem cumpridos no próximo ano. Então, nós estamos tendo todo o cuidado, para que não haja nenhum erro e para que nenhum setor seja prejudicado por falta de precisão técnica das Emendas que nós estamos discutindo. Acho que nós estamos no processo de encerramento das discussões, acho que esse disciplinamento dos tributos apresentado pela Prefeitura é extremamente relevante,  pois possibilita o crescimento de Porto Alegre.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Verª Clênia Maranhão.

Apregoamos a Emenda nº 06 ao PLCE nº 006/07, que acrescenta o § 3º ao art. 3º da Lei Complementar número 07, de 7 de dezembro de 1973, com a seguinte redação: Art. 3º - § 3º - Os proprietários dos imóveis sobre os quais não incidir o IPTU, nos termos do § 2º deste artigo, deverão comprovar junto à Secretaria Municipal da Fazenda, de cinco em cinco anos, sua condição de imóvel de utilização rural. Ver. Adeli Sell e outros.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLCE nº 006/07.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; colegas Vereadoras e Vereadores, Técnicos da Fazenda, senhoras e senhores, este Projeto de Lei Complementar do Executivo, que faz um conjunto de reformas e de ajustes referentes aos tributos municipais, apresenta a esta Casa um conceito. E é sobre esse conceito que quero discutir aqui com todos, principalmente com o Dr. André, que está presente, que é técnico da Fazenda, e com o Ver. Newton Braga Rosa, que defende a aplicação do conceito da Lei de Laffer. Qual é este conceito? Para alguns setores, aplicar a diminuição dos tributos que incidem sobre esse setor produtivo fará com que, ao longo do tempo, o aumento da produtividade compense a diminuição dos tributos, haja uma maior arrecadação e com isso um maior desenvolvimento. Esse é o conceito que está em discussão aqui, neste momento. Portanto, trago esta discussão e gostaria que o Ver. Newton Braga Rosa a acompanhasse, porque ele tem um compromisso, e não está tramitando nesta Casa somente este Projeto, há um conjunto de outros Projetos, Ver. Adeli Sell, Líder da nossa Bancada. Portanto, nós não podemos dar tratamento político diferenciado a dois ou três Projetos. Tem um Projeto que é, Ver. Sebastião Melo, de nossa autoria, junto com a Verª Maristela Meneghetti, que institui o Programa de Incentivo à Habitação de Interesse Social em Porto Alegre, para captar os recursos federais para que Porto Alegre possa implementar isso com a maior dimensão. Discuti longamente com o Dr. André, e ele afirma que nós estamos tratando um tema de renúncia fiscal, e estou dizendo, o tempo todo, que é um programa de incentivo, não é renúncia fiscal porque essa receita não existe, poderá existir no futuro. Todos os Municípios da Região Metropolitana já executaram essa política. Mas eu quero discutir o conceito, e o conceito que o Executivo apresenta, através da Fazenda, é exatamente o mesmo conceito que nós estamos apresentando no Projeto que institui o Programa de Incentivo às Habitações de Interesse Social. Porto Alegre poderá captar mais recursos; e o que está sendo dito, Ver. João Antonio Dib,  que é um programa de incentivo de apoio só às grandes empresas da construção civil não está correto, não é! Ele é um Programa com recursos que vêm do Governo Federal, são recursos que vêm a fundo perdido, na grande maioria, e que incide tributos. Como são recursos determinados para uma habitação, como 25 mil reais, cada mil reais que incide de tributo inviabiliza o Projeto em Porto Alegre. Todas as cidades da Região Metropolitana já elaboraram esses conceitos e aplicaram nas suas legislações municipais; e aí eu peço para fazer uma comparação: Gravataí, em relação a Porto Alegre, está atraindo três vezes mais investimentos do Governo Federal para Habitação de Interesse Social, três vezes mais, e aqui realmente é mais caro. Esse é o primeiro ponto.

O segundo ponto que quero tratar aqui, Ver. Sebastião Melo, que será o nosso Presidente, que é do PMDB, mesmo Partido do Prefeito, mesmo Partido do Secretário da Fazenda, é que não dá para nós tratarmos nesta Casa o mesmo conceito com tratamentos diferentes na política. Portanto, gostaria de ter aqui o seu empenho nesta discussão e nesta elaboração.

O terceiro ponto é o tema que o Ver. Newton Braga Rosa trouxe aqui à tribuna, do art. 3º, que faz a isenção dos impostos para as propriedades produtivas rurais. Primeiro, temos que fazer um conserto aqui, não foi a Lei do Ver. Ervino Besson que instituiu isso, foi uma Lei do Executivo Municipal de 2002. Desde 2002 existe a isenção tributária para os agricultores de Porto Alegre. Foi feita uma reforma no ano passado, e nós, aqui na tribuna, dissemos que aquela Lei, como estava sendo apresentada, não daria certo, tanto não deu certo que o Governo mandou uma outra Emenda para esta Casa. Quero resgatar isso. Portanto, a Emenda que foi apresentada para retirar o § 2º do art. 1º, no meu ponto de vista, é desnecessária, Ver. Newton Braga Rosa.

Para concluir, Srª Presidenta, gostaria de dizer que a nossa Bancada fez uma Emenda para facilitar este processo, em que os produtores devem comprovar, de cinco em cinco anos, que houve produtividade, evitando-se a burocracia de ano a ano ter que fazer tal comprovação. A estrutura da SMIC não tem condições inclusive de dar sustentação a este trabalho sendo de ano em ano. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Carlos Comassetto.  O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLCE nº 006/07, por cedência de tempo do Ver. Mario Fraga.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. Muito obrigado, Ver. Mario Fraga, pela cedência do tempo.

Este Projeto, Ver. Comassetto e demais Vereadores, é um Projeto que traduz coisas importantes para a vida tributária do Município. Ele não apenas está mexendo com uma questão; várias adaptações estão sendo feitas aqui. A primeira delas, como é do conhecimento desta Casa e do resto da sociedade, é que o Presidente Lula criou o Simples Nacional. A Legislação Municipal precisa adequar-se ao Simples Nacional. A primeira coisa que este Projeto está fazendo é a adequação ao Simples Nacional, que, diga-se de passagem, no caso do Rio Grande do Sul, há uma gritaria geral, porque o Simples Gaúcho, construído no Governo Rigotto, é um pouco mais amplo. Mas esta é uma outra questão. Então, a primeira questão que este Projeto está fazendo é isso.

A segunda questão é que ele está colocando redução de tributos e adequação de tributos em algumas áreas. Vou pegar o caso da Saúde. Vamos dar o exemplo da Unimed, pela atual legislação, faturava cem mil reais, 200, 300 mil reais, e poderia até 90% utilizar para pagamento de hospital, e não incidir sobre isso o ISS. Isso significa que o mapa da arrecadação da Fazenda está a demonstrar que acima de Saúde não estavam pagando ISS. Aliás, esta Câmara se equivocou, eu me equivoquei, o Ver. Pujol foi o Relator, no final do Governo do Verle, cujo Secretário da Fazenda era o Sr. Ricardo Collar. Esse equívoco está sendo corrigido. Nós estamos reduzindo para 2%, neste Projeto em curso, mas estamos dizendo o seguinte: os senhores vão pagar, agora, sobre o faturamento; não mais aquele desconto, que podia ser forjado ou não forjado. Esse é um outro avanço.

A outra questão é a seguinte: feito por Decreto também, pelo Secretário Ricardo Collar, concedia às empresas de projetos a base de 50% de material. Mas quando é que empresa de projetos usa material de construção? Na China? Em Taiwan? Em algum lugar do mundo? Não. Então, esse foi um benefício, indevido, que está sendo corrigido neste Projeto.

 

O Sr. Newton Braga Rosa: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado, Ver. Sebastião Melo. Só lembrando que o aspecto tributário tem duas dimensões: uma delas é o tamanho do imposto; a outra, muito relevante, principalmente para as pequenas empresas, é a burocracia para a execução dos compromissos tributários. Como V. Exª bem lembra, este Projeto aperfeiçoa, na medida em que substitui um sistema complicado de comprovação de créditos por uma alíquota mais reduzida, como forma compensatória. Muito obrigado.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado, Ver. Newton Braga. Portanto, este Projeto vem na direção a que outros Projetos chegaram a esta Casa. Nós já reduzimos, por proposição do Executivo... Uma delas foi por sugestão do nosso Gabinete: para os recapeadores de pneus, que os poucos que existiam estavam indo embora; reduzimos de 5% para 3%. Num segundo momento, esta Casa aprovou Projeto do Executivo, ainda no ano passado, quando se reduziu das agências de propaganda. Agora, no bojo também há a mudança de tributos de 4% para 2% para os escritórios de projetos de engenharia. Eu acho que o Governo foi inteligente, a Casa foi inteligente ao fazer uma amarração, dizendo: os senhores estão dizendo que, se baixarem os tributos, nós voltamos para Porto Alegre, se baixarem os tributos, o Erário municipal não vai perder. Então estamos amarrando em dois anos, para dizer: comprova-se que os senhores estão arrecadando mais com menos impostos. Finalizo dizendo o seguinte: tristemente, Ver. Sebenelo, no Brasil há uma concentração tributária que vem correndo geometricamente, nas últimas décadas, em direção à União. A União hoje fica com 63% dessa carga tributária monstruosa que o Brasil tem. Os Estados, apenas com 23%, e os Municípios não chegam a 14%. Isso significa que, no Brasil, a União pode tudo, os Estados, um pouquinho, e os Municípios, nada. Mas, mesmo assim, acho que Porto Alegre está sinalizando que, mesmo tendo uma pequena parcela, ainda está concedendo, para tentar aquecer a economia. Portanto, adelante, Presidenta, e vamos à votação. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Sebastião Melo. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLCE nº 006/07.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Neuza Canabarro, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, veja só, Ver. João Dib, estamos votando este Projeto hoje, ainda reflexo daquela modificação realizada por esta Casa contra o meu voto, contra o voto de V. Exª, na modificação da Zona Rural de Porto Alegre para a chamada Zona Rururbana. Aliás, acredito que somos o único Município, de todo o Brasil, que tenha Zona Rururbana. Todos os Municípios têm a sua Zona Rural e a sua Zona Urbana, mas nós, aqui, resolvemos inventar uma Zona Rururbana e acabar com a nossa Zona Rural. Se andarmos pelo Município de Porto Alegre, nós, que conhecemos bastante Porto Alegre, vamos notar que existe uma Zona Rural em Porto Alegre. É claro que essa Zona Rural que existe em Porto Alegre não é a mesma que existia no Plano Diretor passado, que significava 30% de toda a extensão territorial de Porto Alegre, mas é uma Zona Rural considerável. É claro que fica, por exemplo, quase que num limbo, e aí caberia uma Zona Rururbana, o pessoal da Vila Nova são produtores e estão na verdade no meio urbano, não é? Então, vamos dizer assim que a Zona Rururbana poderia caber ali, mas há outras regiões da Cidade que não têm nada a ver, realmente, com o urbano, até porque as benfeitorias do urbano ainda não chegaram até lá, mas todas elas são consideradas Zonas Rururbanas, podendo ser atingidas com IPTU. Com tudo isso, boa parte da população, principalmente aquelas pessoas que produziam produtos agrícolas e que estavam nessa atividade agrícola, começaram a ser prejudicadas, apesar de a Emenda que nós colocamos, quando da votação daquela modificação que houve, até para poder seguir o mesmo que havia no ITR, que aquelas propriedades, até 30ha, estavam isentas também, mas para proteger com a mesma proteção que havia lá no ITR; já que se transformou em Zona Rururbana e já que seria atingida pelo IPTU, então a gente colocou essa proteção para essas propriedades até 30ha. É claro que como essas pessoas começaram a ter prejuízo, precisou, Ver. Newton... E V. Exª, com muita sabedoria, consultando outros Vereadores aqui da Casa, conseguiu pelo menos solucionar esse problema que não precisava ter sido criado, mas que foi criado, infelizmente, pela Administração passada, não foi por esta, diga-se de passagem, e que precisava ser resolvido.

Ver. Nereu, o que o Ver. Comassetto discutiu aqui e que não estou de acordo, é o seguinte: este Projeto, apesar de ter uma redução com relação a um dos tributos, o IPTU, aqui aparece na verdade no que vai ficar prejudicada a arrecadação do Município, e se porventura essa arrecadação ao invés de subir, ela diminuir, então vai haver um determinado prazo dentro do qual vai-se verificar se realmente está correta essa medida que está sendo tomada pelo Município. Então, aqui, o problema do impacto que vai ser causado está absolutamente descrito. Com relação ao Projeto que foi citado aqui pelo Ver. Comassetto, muito embora eu seja até parceiro, acho que o Ver. Comassetto está discutindo a respeito de uma área extremamente necessária. Mas só o que falta para o Projeto do Ver. Comassetto, no meu modo de entender, é que ali causa uma redução, realmente, tributária, e não está colocado o impacto que deve ser causado. É a mesma coisa o Projeto do ex-Vereador Pujol, que também trazia esse mesmo problema, e eu me lembro que eu fui indicado para Relator, na época, e, por ver realmente essa deficiência dentro do Projeto, eu indicava para o Ver. Pujol que seria difícil prosperar aquela sua idéia.

Mas, com toda a certeza, este Projeto de Lei foi uma saída inteligente do Ver. Newton Braga Rosa, junto com outros Vereadores, e eu acredito que, realmente, esta Casa só tem que aprovar essa medida.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Luiz Braz. Não havendo mais quem queira discutir a matéria,  em votação nominal, por solicitação desta Presidência, o PLCE nº 006/07.  (Pausa.) APROVADO por 28 votos SIM. (Palmas.)

Aprovou-se o Projeto com ressalvas das Mensagens Retificativas e das Emendas.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Srª Presidenta, solicito votação em bloco do conjunto das Emendas. Obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Em votação o Requerimento da Verª Clênia Maranhão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Vamos agora votar as Emendas, em bloco, segundo a aprovação e o consenso dos Vereadores, e a Mensagem Retificativa: a Emenda nº 01; a Emenda nº 02 foi retirada; votação da Mensagem Retificativa, votação da Emenda nº3, nº 04 e nº 05; Subemenda nº 01 à Mensagem Retificativa foi retirada;  Subemenda nº 02 à Mensagem Retificativa e Emenda nº 06. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS as Emendas, a Mensagem Retificativa e a Subemenda. (Palmas.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3710/06 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 018/06, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui o Sistema de Compensação de Crédito entre impostos, taxas, contribuições e emolumentos cobrados pela Administração Pública Municipal, direta e indireta. Com Substitutivos nos 01 e 02. Com Emenda nº 01 aos Substitutivos nos 01 e 02.  Com Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 02.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto e pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Substitutivos nos 01 e 02;

- da CEFOR. Relator Ver Luiz Braz: pela aprovação do Substitutivo nº 01.

 

Observações:

- prejudicada a votação do Projeto nos termos do art. 56, § 2º, do Regimento da CMPA;

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,   § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 29-11-07;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Em discussão o PLCL nº 018/06. (Pausa.) Não há quem queria discutir. Em votação. (Pausa.) Srs. Vereadores, vota-se primeiro o Substitutivo nº 01 ao  PLCL nº 018/06; se este for aprovado, ficam prejudicados o Projeto, o Substitutivo nº 02 e as Emendas nº 01 e 02 ao Substitutivo nº 02.

Em votação nominal o Substitutivo nº 01 ao PLCL nº 018/06. (Pausa.) Se aprovado o Substitutivo nº 01 fica prejudicado o Projeto e o Substitutivo nº 02, e as Emendas nº 01 e 02. (Pausa.)

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Por favor, há um equívoco no Plenário, se nós estamos votando o Substitutivo nº 01 ou o nº 02?

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Substitutivo nº 01, que, se aprovado, ficam prejudicados os Projeto e o Substitutivo nº 02 e as  Emendas  01 e  02.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem):  Srª Presidente, eu acho que deveria ser votado, em primeiro lugar, o Substitutivo nº 02, que é o último; este anularia os demais, se aprovado.

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Essa é a regra das Emendas, pela ordem.

Em votação nominal, solicitado por esta Presidência, o Substitutivo nº 01 ao PLCL nº 018/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por unanimidade por 27 votos NÃO.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, o Substitutivo nº 02 ao PLCL nº 018/06. (Pausa.) (Após a apuração  nominal.) APROVADO por 27 votos SIM.

Em votação a Emenda n° 01 ao Substitutivo n° 02 ao PLCL n° 018/06. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Bernardino Vendruscolo, a Emenda n° 02 ao Substitutivo nº 02 ao PLCL nº 018/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Vinte e seis votos NÃO e 01 voto SIM. REJEITADA a Emenda nº 02.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Com muito orgulho, Ver. Haroldo de Souza, eu quero dizer que dei o meu voto “Sim”. Eu quero justificar o meu voto e dizer que, com muito orgulho, eu fico sozinho nesta votação. Acho que é um grande equívoco desta Casa.

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Ver. Elias Vidal, encaminhe a sua justificativa por escrito.

 

(A Verª Maria Celeste reassume a presidência dos trabalhos.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2852/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 012/07, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que inclui inc. VI no art. 10 da Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992 - Código de Edificações de Porto Alegre -, e alterações posteriores, atribuindo responsabilidade ao proprietário ou usuário de edificação.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,   § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 03-12-07;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLCL nº 012/07. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, o PLCL nº 012/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 24 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4782/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 152/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que torna obrigatória, nas fachadas externas e nas divisórias internas das agências e dos postos de serviços bancários, no Município de Porto Alegre, a instalação de vidros laminados resistentes a impactos e a disparos de armas de fogo.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 19-11-07;

- adiada a discussão por uma Sessão.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLL nº 152/07.  O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 152/07.

 

O SR. ADELI SELL: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; colegas Vereadoras e Vereadores, Verª Maria Luiza pode até custar um pouco caro para os bancos, mas mais cara é a vida! Por isso votamos sim.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLL nº 152/07.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos nós apreciamos a Verª Maria Luiza pelo seu trabalho nesta Casa, realmente um trabalho forte e elogiável, no entanto, ela tem alguns projetos que nos preocupam. O que pensamos? Pensamos em estimular o desenvolvimento, a geração de emprego e renda e, às vezes, nós, Vereadores, trancamos isso. Esse é um caso. Vejam, obrigar as agências bancárias e os postos bancários a ter, em todas as suas fachadas, vidros blindados é um exagero: vidros blindados nas fachadas e nas divisões internas, Ver. Mauro Zacher, inclusive, na porta. E ela usa, também, uma norma internacional, Verª Margarete Moraes, uma norma dos Estados Unidos e não a norma brasileira. Bom, essa norma americana tem a correspondente norma no Brasil, e o que ela pede é o nível 4; o nível 3,  significa vidros, Ver. Mauro Zacher, de 44 milímetros! É uma espessura muito elevada! O peso – e eu tenho aqui as especificações técnicas – de cada metro quadrado, é de 97,5 Kg, quase 100 Kg o metro! Ver. Almerindo Filho, esse vidro exige uma esquadria especial, pois cada metro quadrado representa 97,5 Kg. Se a esquadria não for especial, e, se cair um vidro em cima de alguém, mata.

 

A Srª Maria Luiza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço, Ver. João Carlos Nedel, e só quero aproveitar para esclarecer que, embora esteja sendo citada a legislação norte-americana, V. Exª não deve se esquecer de que também está garantida pela Portaria nº 13, do Exército Brasileiro. Então, nós estamos apresentando uma legislação embasada na legislação nacional do Exército Brasileiro, que é a Portaria nº 13, para lembrá-lo.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sim, mas veja, é a Norma Brasileira nº 15.000 que, mais ou menos, regula essas normas aqui. Mas  eu queria dizer que o metro quadrado, com 97,5 quilos, Ver. Mario Fraga, custa – e eu tenho o orçamento aqui – R$ 2. 660,12. Se for colocado só aqui na Câmara, no nosso posto bancário, que tem oito janelas de 4 metros quadrados cada uma, seria um gasto para a Câmara, porque as instalações são da Câmara,  de 85 mil reais, nas divisões internas seriam mais 85 mil reais. Mas a Vereadora coloca muito bem na sua Exposição de Motivos.

Srª Presidenta, Verª Maria Celeste, o Ver. Newton Braga Rosa se inscreve e cede seu tempo a este Vereador.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):  Se houver concordância do Ver. Sebenelo, Verª Sofia e Verª Maria Luiza que estão inscritos logo após, defiro seu pedido. (Pausa.) O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLL nº 152/07, por cedência de tempo do Ver. Newton Braga Rosa.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: A Verª Maria Luiza fez um projeto detalhado, disse que em Porto Alegre existem 281 agências e 90 postos, um total de 371 entre agências e postos. Se cada agência tiver, no mínimo, só de fachada, 20 metros quadrados, que é uma coisinha pequena, porque o posto da Câmara já tem 32, todas as agências são maiores que o nosso posto, mas vamos dizer que tenha 20 metros quadrados, o investimento em Porto Alegre será de 19.738.090 milhões, ou seja, é um investimento. Pergunto, os bancos vão pagar isso? Sim. Os bancos têm lucros suficientes? Sim. Mas nós, Vereadores, vamos colocar isso! Na verdade, os bancos irão repassar esse custo, então, será a população que vai pagar. Peço que a televisão mostre aqui a sede do Banrisul em Porto Alegre. (Mostra fotografia.) Eu contei, pela fotografia, 18 andares, e contei também muitas janelas. Só no prédio do Banrisul, se for colocado...

 

(Manifestação fora do microfone da Verª Maria Luiza. Inaudível.)

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Quem é que diz? Lá não diz! O Projeto não diz. Se for colocado, só no Banrisul, são 5 milhões, 843 mil reais. Se for a metade, tudo bem: 2 milhões e 800 mil! Então, se o banco for colocado aqui na Câmara, só em divisórias internas haverá um investimento de 90 mil reais. Se forem considerados, porque o Projeto também não diz, os caixas eletrônicos como extensão do posto bancário, seriam mais 90 mil reais, que, nesse caso, a Câmara teria que pagar, e a Câmara não tem orçamento para isso. Nós aqui estaremos impedindo o desenvolvimento de Porto Alegre. Por que um banco iria colocar mais uma agência aqui, se pode botar uma agência em Florianópolis, em Curitiba, em outras Capitais que não têm essa exigência?

No meu entendimento, gastar um valor de praticamente 20 milhões de reais - que vão para São Paulo, porque não tem fábrica de vidro blindado no Rio Grande do Sul - é uma pena, porque, mais uma vez, nós vamos descapitalizar o nosso Estado em favor dos outros Estados.

E, também, quanto ao argumento em favor da vida, sim, é muito importante o valor da vida. Será que irá diminuir o número de assaltos a banco ou o número de mortes por causa dos vidros blindados? Será que os ladrões não vão ter outras opções, outras estratégias? Eu não acredito nessa redução, e nós não estaremos contribuindo com a sociedade, e sim trancando o desenvolvimento, impedindo a geração de emprego, porque muitos banqueiros chegarão à conclusão de que não vale a pena o investimento.

Aqui ao lado, no Tribunal Regional do Trabalho, que é todo envidraçado, há dois postos bancários. Também terão que ser colocados vidros blindados com quase 100 quilos cada metro quadrado. E em Porto Alegre nós temos uma projeção de aproximadamente 8 mil metros quadrados de vidros que será necessário blindar. Acho que nós, Vereadores, temos que ter responsabilidade e não fazer Projetos para os outros pagarem.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir o PLL nº 152/07.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO:  Srª Presidenta e Srs. Vereadores, quero, Ver. Nedel, acreditar que V. Exª não deve estar muito preocupado com a situação financeira dos bancos, porque parece que, durante os seus 10 minutos de fala, V. Exª estava preocupado com o orçamento de um banco.

Só para  V. Exª ter uma idéia: os bancos duplicaram de tamanho nos últimos doze meses. Duplicaram de tamanho! Foram as únicas instituições no Brasil que cresceram 100%.

Os assaltos a banco são extremamente freqüentes, e é evidente que eles não vão assaltar as nossas casas, porque nós não temos valores; agora, o banco tem valores e vai ser assaltado com freqüência. Não tomar uma atitude de segurança... Por favor!

E não é o edifício do Banrisul, com suas salas burocráticas, que vai ser assaltado; é a agência que atende as pessoas que precisa de proteção, inclusive os funcionários do banco têm que ser protegidos. O preço não tem nada a ver com isso, e até vou dizer, para seu descanso, Vereador, para sua tranqüilidade: não é esse o preço dessa situação defensiva do vidro em relação às balas dos ladrões ou da polícia. O preço está muito abaixo disso, o seu cálculo feito está cheio de erros, inclusive. Entre eles, achar que o Banrisul vai para Santa Catarina porque tem que fazer um vidro blindado.

Olha, todos os automóveis de pessoas importantes, hoje, são com vidro blindado. As construções das casas hoje são com vidros blindados. O preço é muito mais acessível do que esse que foi calculado. E, mais do que isso: todos nós clamamos por segurança aqui. Segurança é uma coisa importantíssima da qual nós estamos extremamente distantes. Quando se propõe uma atitude de segurança, perfeitamente cabível em qualquer tipo de orçamento, pelo amor de Deus, alegar orçamento bancário, dificuldades bancárias...

Por favor, vamos, pelo menos uma vez, proteger o outro lado da população, porque o outro já está com os seus problemas resolvidos, porque o outro é muito rico, porque o outro tem bolhas imensas de dinheiro no País, que são dos banqueiros.

Nada contra os banqueiros, não é uma atitude punitiva aos bancos, não é represália a nada, não; é apenas uma atitude de bom senso, de segurança, e principalmente de respeito à vida, como disse muito bem o Ver. Adeli Sell. É respeito à vida, sim, botar vidro blindado nos bancos. Isso é nas agências, não é no edifício, é uma barbaridade o que está dito aqui, é um exagero.

E é por isso que eu fico preocupado: por que não pensar na segurança da população? Nós estamos aqui para defender a população, não os banqueiros. Por favor, eu acho isso fundamental, e acho que um dia nós vamos ter esse bom senso. Uma coisa que se faz neste País é concentrar renda, e, no momento de uma atitude de desconcentração de renda, vem toda a bancada dos banqueiros para defender uma coisa absolutamente indefensável, que é a expugnabilidade das instituições bancárias, submetidas a assaltos, onde morre gente da população, onde morrem os fregueses dos bancos, onde morrem os funcionários dos bancos.

Nós queremos segurança, sim, e se isso for segurança, tem que haver, nas agências, vidro blindado. Meus parabéns pelo seu brilhante e competente Projeto, Vereadora!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):  A Verª Maria Luiza está com a palavra para discutir o PLL nº 152/07, como autora.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Ao cumprimentar a Presidenta, Maria Celeste, cumprimento todos os Vereadores, telespectadores e público aqui presente. Aproveito a vinda a esta tribuna para reforçar que a realidade social não é estática, ela está em constante movimento. Logo, Ver. Nedel, a realidade social não sendo estática e, estando em constante movimento, eu, como uma Parlamentar atenta à questão de segurança no nosso Município, não posso me omitir de apresentar um Projeto que preza a vida.

Gostaria de dizer que os Projetos que tenho apresentado nesta Casa são Projetos de relevância social e voltados para a realidade e o cotidiano da cidade de Porto Alegre.

Se isso tem incomodado alguns, quero aproveitar para dizer que consultamos a população de Porto Alegre sobre este Projeto. Este Projeto tem 100% de apoio do Sindicato dos Bancários e preserva a vida dos cidadãos.  

Caso muitos aqui ainda não saibam, os banqueiros neste País ganharam e continuam ganhando muito dinheiro.

Ver. Nedel, eu gostaria da sua atenção, por favor. 

Para complementar a minha justificativa em relação a este Projeto, tenho três pontos indicativos, Ver. Nedel e alguns Vereadores que têm o direito de opor-se; uso a palavra para fazer as minhas considerações em relação à minha defesa. Quero lembrá-lo de que, nos primeiros cinco meses do ano de 2007, Porto Alegre registrou nada menos do que 24 ocorrências de assalto a agências bancárias, com marretas. Esses vidros, sendo substituídos, dão a garantia de mais segurança, não só para os clientes, mas para a população no todo, bem como para os funcionários que atuam dentro das agências e dos postos.

Nós temos, em Porto Alegre, 281 agências e 90 postos. Consultando o CPC - Comando de Policiamento da Capital da Brigada Militar -, trazemos para a população um dado importante: esses assaltos ocorrem no horário compreendido das 9 às 10 h da manhã e após as 16h até às 19h. Nesse horário da manhã é quando ocorre o abastecimento de dinheiro nas agências bancárias; no horário da tarde, após o fechamento para o público, as agências fazem os fechamentos de caixa e providenciam o recolhimento do numerário para o Banco Central.

Eu quero dizer que com a aprovação deste Projeto nós estaremos proporcionando um futuro melhor e com mais segurança para todos nós porto-alegrenses. E lamento muito, Ver. Nedel, que o senhor esteja equivocado quanto ao Projeto. O senhor traz um exemplo, para os parlamentares e para o público que nos ouve, extremamente equivocado, quando o senhor refere que, na agência do Banrisul do Centro, com os 20 andares que tem, terão que ser substituídos todos os vidros. Eu quero lhe assegurar que o senhor está equivocado e que não leu com a devida atenção o Projeto.

Agradeço pela atenção de todos e conto com o apoio de quem realmente está com o voto consciente, pensando no cidadão da nossa Cidade, que prioriza a segurança a cada dia, a cada pesquisa que é feita nesta Cidade. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Apregoamos a Emenda n.° 01 ao PLL n.° 152/07. (Lê.): “A redação do art. 1° passa a ser a seguinte: art. 1° - Fica obrigatória, nas fachadas externas, no nível térreo, e nas divisórias internas, e nos postos de serviço bancários no mesmo piso, no Município de Porto Alegre, a instalação de vidros laminados, resistentes a impactos e a disparos de armas de fogo. Justificativa da tribuna”. Assina o Ver. Adeli Sell, Líder da Bancada do PT.

Leio a Declaração de Voto do Ver. Elias Vidal:

“Srª Presidente, votei ‘sim’ à Emenda do Projeto de compensação de tributos por entender que seria melhor para o Executivo e para as pessoas físicas e jurídicas que têm débitos. Para ambas as partes, o confronto de dívidas seria uma saída sem perda para nenhum lado na organização da vida financeira da sociedade, especialmente no que tange a tributos municipais”.

                                                                                          (a) Ver. Elias Vidal.

Convido os Senhores Vereadores para estarem presentes no começo da próxima Sessão, para tirarmos a foto oficial dos trinta e seis Vereadores desta Casa.

Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às12h15min.)

 

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